Nesta quinta-feira (13), a cidade de Cachoeira, localizada no Recôncavo Baiano, celebra 188 anos de história. Para marcar a data, as escolas municipais organizaram uma programação especial, destacando episódios marcantes da luta pela liberdade e resistência.

As atividades culturais reforçam o reconhecimento histórico da cidade, que já recebeu os títulos de Cidade Heroica e Monumento Nacional da Humanidade devido à sua importância na construção da identidade brasileira.

"A educação precisa valorizar essa riqueza cultural que nós temos. Nos últimos anos, o turismo cultural de Cachoeira vem ganhando uma visibilidade impressionante, porque valorizamos a nossa história e fazemos questão de projetá-la por meio de práticas e ações, mostrando ao mundo quem somos. Mas esse conhecimento tem que ser expandido, principalmente entre cada um de nós. Somos a representatividade de um povo heroico e valente. Assim, seguimos avançando no nosso propósito de manter viva a nossa história por muitas gerações", afirmou a prefeita Eliana Gonzaga (PT).

A programação incluiu visitas a museus, contação de histórias, oficinas culturais, exibição de documentários, além de jogos e brincadeiras educativas.

A vice-diretora da Escola Otávio Pereira, Cristina Conceição dos Santos, ressaltou a relevância da experiência para os estudantes.

"Foi uma experiência importantíssima, principalmente para nossos alunos que vieram de uma escola quilombola na zona rural. Eles puderam conhecer um pouco da nossa história, visitar a Casa de Samba de Dona Dalva, assistir a um filme no cinema sobre a cidade e explorar pontos históricos. Foi uma experiência inesquecível para todos nós", afirmou.

História da cidade

Fundada oficialmente em 13 de março de 1837, Cachoeira teve sua ocupação iniciada ainda no século XVI. A cidade se desenvolveu às margens do Rio Paraguaçu, tornando-se um importante polo econômico e cultural da Bahia durante o período colonial e imperial.

Inicialmente habitada por povos indígenas, a região passou a ser explorada pelos portugueses, tornando-se um ponto estratégico para o escoamento da produção açucareira e, posteriormente, do fumo.

Além do peso econômico, Cachoeira teve um papel fundamental na luta pela Independência da Bahia, sendo uma das primeiras cidades a se rebelar contra os portugueses em 25 de junho de 1822 – data celebrada como a Independência de Cachoeira.

Atualmente, a cidade é reconhecida pelo seu patrimônio histórico e cultural, com construções coloniais preservadas e uma forte influência afro-brasileira, especialmente por meio da Irmandade da Boa Morte, uma das mais tradicionais do país.