O Carnaval de Salvador tem como grande marca a diversidade, e, há 31 anos, um espaço é destinado para aqueles que gostam de usar muita roupa preta, ouvir guitarras distorcidas e bater muita cabeça. Já consolidado como um espaço para os roqueiros curtirem a folia, o Palco do Rock trouxe como tema neste ano de 2025 o Sagrado Feminino.
A participação feminina no rock ainda é considerada tabu. Bandas formadas por mulheres ainda não conseguem ter o mesmo espaço e investimentos no cenário nacional. É o que conta a vocalista da banda Eskrotas, Yasmin Amaral. “Por isso que bandas como a gente existem e resistem”, afirma. “A gente já nasce com muitas lutas para enfrentar”, avalia.
A cantora de metal, Mayara Puertas, comenta que, no geral, as mulheres enfrentam muitas dificuldades, “seja na música ou na vida mesmo”. “O que a gente passa é sempre um reflexo social. Então, quando há avanços nos direitos das mulheres, quando há avanços para a gente ter condições de explorar as coisas, que não se restringem só ao núcleo familiar, a gente consegue furar a bolha e ir para lugares que são incomuns. E o rock, às vezes, tem essa visão que é incomum, mas nos últimos anos o Brasil tem sido um exportador de bandas, e quando se fala de bandas brasileiras, sabem que têm qualidade musical. E nós viramos referência em bandas femininas. Somos reconhecidas internacionalmente por ter mulheres dentro do heavy metal”, conta a cantora, que já tem uma carreira internacional e fez uma participação no evento.
O Palco do Rock é idealizado e organizado por Sandra de Cássia, que contou ao BNews, no primeiro dia do evento, o motivo de ter trazido o sagrado feminino para dentro do festival. "O tema foi escolhido para celebrar a força e a importância da mulher no rock, um espaço que historicamente foi dominado por homens", explicou Sandra. Nos quatro dias de festa, o Palco do Rock recebeu 34 atrações como metal alternativo, hardcore, heavy metal, unholy metal, entre outros. O público presente demonstrou grande entusiasmo com a temática, celebrando a diversidade e o protagonismo feminino no cenário do rock.