Lideranças bolsonaristas articulam uma ofensiva junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que o visto americano do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), atual presidente da Câmara dos Deputados, seja revogado.

O movimento ocorre após o parlamentar negar o avanço do projeto de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023, além de recusar um pedido da oposição para suspender o recesso parlamentar de julho, mesmo diante das recentes medidas judiciais impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Entre os aliados do ex-presidente, a negativa foi interpretada como um rompimento com o acordo de alinhamento que havia com parte da bancada do PL. A irritação cresceu com a percepção de que Hugo Motta estaria “afastando a Câmara da agenda bolsonarista” num momento de escalada nas tensões entre o Judiciário e o bolsonarismo.

“O Hugo não foi subserviente aos acordos com o PL. Agora, quem sabe será ao Trump? Até porque ele não teve o visto suspenso ainda”, ironizou uma liderança bolsonarista próxima ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em conversa reservada com a coluna.

Nos bastidores, a ideia é pressionar o governo Trump a agir contra Hugo Motta, como já ocorreu com ministros do STF e com o procurador-geral da República, cujos vistos foram suspensos.