Na tarde desta segunda-feira (22), parlamentares do Partido Liberal (PL) se reuniram com o ex-presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional e decidiram convocar sessões extraordinárias em duas comissões presididas por aliados bolsonaristas, mesmo durante o recesso parlamentar.

A movimentação ignora a orientação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que havia indeferido pedido para adiar o recesso de julho, alegando que o Congresso passa por reformas estruturais que inviabilizariam reuniões nas dependências da Casa.

A medida articula a retomada das atividades na Comissão de Segurança Pública e na Comissão de Relações Exteriores, ambas sob controle de parlamentares próximos ao ex-presidente.

Na Comissão de Segurança, os deputados pretendem aprovar uma moção de solidariedade a Bolsonaro, afirmando que o ex-mandatário é alvo de “perseguição política” por parte do Supremo Tribunal Federal (STF).

Já na Comissão de Relações Exteriores, os bolsonaristas querem votar uma moção de repúdio às medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que incluiu o uso de tornozeleira eletrônica, além de aprovar um louvor formal ao ex-presidente da República.

A ofensiva representa uma tentativa de marcar posição política em meio à escalada de tensão entre bolsonaristas e o Judiciário, ao mesmo tempo em que rompe com a condução institucional do presidente da Câmara.